Pitaco não é fato
* Por Luana Soutos No primeiro semestre da faculdade de comunicação, um dos professores fez um exercício muito interessante. Já faz dez anos, mas nunca esqueci. Tínhamos que desenhar uma cena real: objetos geométricos que estavam sobre uma prateleira acima da altura dos nossos olhos. Assim que o professor deu o sinal, os estudantes se empenharam para retratar a imagem no papel da melhor forma possível. Embora alguns, mais vaidosos, encarassem o exercício como uma competição para obter os melhores desenhos, não era disso que se tratava. Ao final do exercício percebemos que, embora tivéssemos desenhado o mesmo cenário, cada desenho era um, e nenhum se repetia. Isso porque estávamos dispostos em locais diferentes da sala. Com aquele exercício, o professor também estava desenhando. Ele estava ilustrando uma realidade que teríamos de lidar todos os dias como comunicadores: as pessoas observam os mesmos fatos de diferentes perspectivas e, assim, têm “visões” diferentes. Parece simples, ma