Artigo: Será possível não julgar?


Por Everaldo Galdino 


Caro(a) leitor(a), convido-o(a) para uma reflexão sobre um tema muito discutido socialmente:  julgar.
Segundo o Dicionário Online de Português (http://www.dicio.com.br/julgar/), o termo “julgar” conceitua-se: “Decidir um litígio na qualidade de juiz ou árbitro: julgar um processo. Pensar, supor: julgou necessário protestar. Avaliar, emitir opinião, formular um juízo: julgar uma pessoa pela aparência. Reputar, considerar: julgo-o bastante competente. V.pr. Ter-se por, considerar-se.”

A definição da palavra pode ser compreendida, mas existem inúmeros  questionamentos:  Por que julgar? Quem pode julgar? Deus ou Diabo? Pessoas?  Só quem tem formação pessoal, familiar, jurídica, psicológica, intelectual, cultural, religiosa, acadêmica e profissional, pode julgar?  Julgar alguém é fácil ou difícil?  Quem julga, ganha ou perde? Quem opina, julga?  Quem julga deve analisar primeiro sua vida?  Você acha que julgar é uma tarefa designada somente para juízes do Poder Judiciário e para árbitros de algumas modalidades esportivas (futebol, handebol, basquete e outras)?  Que juízes são esses?   Quem nunca foi julgado tem razão para julgar? Quem foi julgado pode julgar também?   Vale a pena julgar os outros?  Julgar tem limite?  Você julga por você ou pelos outros? Os seres humanos deste planeta devem ser julgados ou não?

Você acredita que as crianças, os jovens, os adultos, os idosos, os solteiros, os casados, os divorciados, os pobres, os ricos, os cidadãos, os presidentes, os reis, as rainhas, os príncipes, as princesas, os secretários e ministros de estado, os prefeitos, os governadores, os bispos, os padres, as  mães de santo,  os pais de santo, os  espíritas, os católicos, os evangélicos, os adventistas, os  índios, os negros, os sindicalistas, os líderes comunitários, os políticos, os  mendigos, os estudantes, os desempregados, os pesquisadores, perfeccionistas, os bonitos, as bonitas, os feios, as feias, os gordos, as gordas, os magros, as magras, os deficientes, os esportistas, os atletas,  os fiéis, os infiéis,  os bandidos, os policiais, os  terroristas, os presidiários, os  ex-presidiários,  o papa, os artistas, os advogados, os juízes,  os jornalistas, os radialistas,  os  publicitários, os escritores, os articulistas, os polêmicos, os intelectuais, os vilões, os machistas, as feministas, os vadios, as vadias, os reclamantes,  os médicos, os professores,  os engenheiros, os cozinheiros, os amantes, os religiosos,  os poluidores, os assassinos, os ambientalistas, os vingadores, os bonzinhos, os educados, os pacientes, os impacientes, os motoristas, os prudentes,  os não prudentes, os honestos, os desonestos, os juristas, os perfeitos, as perfeitas, os contadores, os administradores, os racistas, os fumantes,  os grileiros, os trabalhadores, os comerciantes, os consumidores, os moralistas,  os empregados domésticos, os heterossexuais, os homossexuais, os bissexuais, os travestis, as prostitutas, os michês, os vagabundos, os taxistas, as costureiras, os vendedores, os empresários, e tantos outros, estão livres de qualquer julgamento?  Sim ou não? Justifique-se e nos conte se existe algum juízo final para todos.  
Neste artigo não aprofundo na discussão e nem respondo às questões levantadas, porque o assunto é amplo. Porém, acredito que leva tempo, o mesmo tempo que os tribunais de justiça demoram  para julgar  os  milhares de  processos criminais, trabalhistas, eleitorais, administrativos,  internacionais acumulados no mundo.  E aí, você tem algo a falar? Será que é possível não julgar?

Everaldo Galdino é jornalista em Cuiabá.



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