População de Santo Antonio do Leverger pede paz e fim da violência política e das crises na gestão municipal



A cidade de Santo Antonio do Leverger,  distante apenas 34 quilômetros de Cuiabá, em função de crime político ocorrido no último dia 5 e que culminou com a morte de uma pessoa e ferimento em outras duas, está sendo palco de manifestações até então inéditas na cidade:  passeatas onde as pessoas estão saindo às ruas pedindo paz e o fim da violência política.

Na última terça-feira, militantes políticos contrários à violência e pessoas do povo fizeram a primeira passeata, além de estarem conclamando círculos de oração pela paz. No próximo domingo, dia 23, o mesmo grupo está se articulando com outros setores da sociedade local, para a realização de um grande ato público, com caminhada e distribuição de panfletos, conclamando a união de todos, independentemente de opção partidária ou credo religioso.  A proposta desse ato é a  defesa de um ambiente político sadio, renovado e onde as desavenças políticas não sejam resolvidas com violência.

Residente na zona rural do município, em local distante da sede, a sitiante Maria Marta Silva, que disse ser mãe de cinco filhos, avô de 14 netos e bisavó de dois, prometeu que vai se deslocar até a cidade para participar da manifestação.

Na sua opinião, Santo Antonio precisa de união de todos para se desenvolver e ter paz. Os políticos, ao invés da “brigaiada” entre eles, precisam estar juntos e “brigando” pelo progresso de Santo Antonio, defende dona Maria. Uma mulher simples, mas idealista.

Famosa na região por seu carnaval, um dos melhores de Mato Grosso,  e por possuir as melhores praias de rio, localizada estrategicamente próxima da Capital, Santo Antonio tem vocação natural para o turismo. Seja por suas belezas naturais, culinária ou festejos populares, além da hospitalidade espontânea da maioria da sua população, a cidade é propícia a receber visitantes.

Embora a cidade ostente índices baixos de criminalidade  e ocorrências policiais, já em setores mais radicais da sua classe política o  clima é violento e divergências são resolvidas a bala. A exemplo de um tiroteio, na calçada em frente à Câmara Municipal, que aconteceu após uma reunião, realizada há cerca de 10 dias, entre dirigentes e militantes do PDT, e cujo ato era para tratar da expulsão de dissidentes do partido que discordam da coligação entre a legenda e o PT, que apóiam  a candidatura do médico Valdir Ribeiro.

No entrevero foram baleadas três pessoas, sendo que uma delas, o secretário de Obras do município, Isaias Ribeiro, que estava internado em estado grave, faleceu cinco dias após ser ferido. Ainda internado e em estado que inspira cuidados, ferido com um tiro na barriga que varou o seu corpo, encontra-se Wagner Rosa, motorista do secretário assassinado. A terceira vítima, mas já fora de perigo, atingido por um tiro no braço, é um bombeiro reformado. O autor dos disparos, Marcelo Queiroz, foi preso em flagrante.

Contrastando com a índole pacífica e ordeira do seu povo, o município, nos últimos tempos, vem sendo abalado por sucessivas crises políticas e que refletem na má gestão atual da cidade e na falta de investimentos públicos em setores essenciais, como saúde e educação. Com a sua prefeitura inchada de apaniguados políticos, e os desencontros entre próprios aliados, fato que culminou com tiroteio, morte e ferimentos, a administração municipal está inoperante.

Esse quadro de falência na gestão e de carência total nos serviços que a prefeitura tem que oferecer a população, está criando um fenômeno novo na política local –  o de que é preciso a união de várias correntes, reunindo inclusive ex-prefeitos da cidade, que podem somar com suas experiências, em torno de um projeto de poder, diferente do atual, e que envolva pirncipalmente toda a população.

Um dos líderes desse movimento é o economista Valter Sampaio, candidato a prefeito, pelo PSD, e que lamenta o incidente da morte do secretário de Obras do Município. “Foi um crime bárbaro que surgiu em decorrência de desentendimento entre nossos adversários, que brigaram lá entre eles mesmo”, explica Valter.
“Nem entre os piores inimigos esse tipo de crime deve acontecer e, muito menos entre parceiros políticos”, aponta Sampaio

Para ele, a atividade política deve estar revestida de sentimentos cristãos onde a violência não deve ter lugar.

Comparilha desse mesmo sentimento o técnico agrícola Dito Lucas, seu candidato a vice-prefeito, que entende ser um momento oportuno para se inaugurar uma nova fase na política do município onde a "parceria principal deve ser feita com a população", unindo todos em um projeto de revitalização da cidade.

Fonte: Página Única




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