O dia em que Santo Antônio de Leverger foi destaque (negativo)

Artigo 

Por  *Marcelo Queiroz
Mais uma vez, Mato Grosso é notícia em rede nacional, desta vez pelas péssimas condições que alunos da rede pública de ensino são submetidos. O programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (03), denunciou estruturas improvisadas, sem o mínimo de condições para ser consideradas como lugar de aprendizado. As péssimas condições das escolas e as piores instalações foram destaques nos municípios de Rosário Oeste, Santo Antônio de Leverger/MT e na capital Cuiabá.
Fui comprovar de perto a precariedade da estrutura de ensino na comunidade de Água Branca, situada no município de S. A. Leverger, que foi um dos pontos citados na matéria. No local, constatei a triste situação a qual os estudantes são submetidos, tendo que estudar em uma antiga baia de cavalos, já que os contêineres disponibilizados pelo Estado estão desativados.
As estruturas metálicas deveriam funcionar como um anexo da Escola Estadual Santa Claudina, vinculada a Escola Municipal de Água Branca, entretanto, ambos espaços não possuem as mínimas condições humanas de abrigar profissionais da educação e os alunos.
Tenho minha experiência política, como ex-vereador e ex-secretário de Infraestrutura, desta forma, afirmo que a situação formou-se devido ao descaso da atual administração do município. O déficit educacional de S. A. Leverger, já persiste há anos. Em 2016, o município ocupava o 141º lugar no quesito investimento em educação, os dados foram divulgados na época, pelo Tribunal de Contas de Estado (TCE-MT).
Acredito que para melhorar a qualidade do ensino público é necessário que um plano emergencial seja adotado, desenvolvendo programas de qualificação, tais como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários - (PCCS), proporcionando melhores condições de trabalho e valorização dos profissionais que atuam nas unidades escolares, estabelecendo parcerias entre Município, Estado e União.
É preciso muito mais que melhorias na infraestrutura, o transporte escolar é precário, o valor pago por quilômetros rodados é muito baixo, o que não atrai empresas para participar do processo de licitação, inviabilizando contratos que atendam a população com veículos novos. As estradas também são precárias e sem manutenção, o que dificulta o acesso ao transporte escolar. Uma proposta de melhoria, é aumentar o valor pago por quilômetros rodados, com preços de tabela mais justa e atrativa para as empresas de transporte.
Outra solução é investir na formação permanente e continuada desses profissionais, como um direito coletivo, proporcionar melhores condições de trabalho e adotar modelos de escolas em tempo integral, oferecendo a todas as crianças, uma educação de qualidade, com atividades culturais, oficinas de teatro, cinema, gastronomia, além de atividades esportivas com diversas modalidades, neste projeto, o aluno vai para escola de manhã e só retorna para casa ao fim do dia, reduzindo custos também no transporte escolar.
Esse é o tipo de educação que queremos para Mato Grosso, uma educação moderna, preocupada com a aprendizagem dos alunos e com a valorização dos educadores. Uma escola inclusiva, que oportunize a todos a capacidade de exercer sua cidadania com dignidade.
O texto opinativo  foi  escrito  por *Marcelo Queiroz, que  é Bacharel em Direito, policial militar da reserva, ex-vereador e ex-secretário de Infraestrutura de Santo Antônio de Leverger.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Michelle Diehl está de volta!

SINDSPEN-MT protocola Pauta de Reivindicação nesta terça-feira (27)

Políticos de Mato Grosso parabenizam Cuiabá nas redes sociais