Por que foi necessário o decreto da quarentena e do isolamento social?
Por*Julianne Caju e Érica Pacheco
Diante
dessa guerra contra um “inimigo invisível”, pensamos aqui com nossos botões que
há muitas pessoas que precisam ficar em casa, outras que não podem e as que não
querem. E seguindo por esse
pensamento, algumas questões começam a surgir e uma delas é: Por que foi necessário o decreto da quarentena
(período de incubação de determinada doença) e do isolamento social?
Naturalmente, ao tentarmos responder a
pergunta, surgem algumas reflexões. Será que a quarentena foi necessária por que não estamos
aplicando com eficácia e eficiência os hábitos (nada novos) de higiene? Como
por exemplo, lavar sempre as mãos; tirar
os sapatos quando chegar em casa e
não circular dentro da residência calçado e espalhar toda a sujeira da rua
dentro do lar; tomar banho logo após adentrar a residência para impedir de
trazer aos seus todas as partículas de sujeira que aleatoriamente ficaram
impregnadas no próprio corpo; não tocar
o rosto com as mãos sujas; tapar com o cotovelo a boca e o nariz ao espirrar e
tossir (quem já não passou por alguém que espirrou ou tossiu daquele jeito ‘espalhafatoso’
jorrando gotas de saliva e outras coisas por todos aqueles que estavam ao redor?);
não cuspir no chão; se estiver gripado, usar lenço descartável; dentre outros
que já sabemos, mas que as vezes não praticamos.
De outro lado, também questionamos se essa
pandemia não nos faz analisar que ainda esquecemos da importância de uma
alimentação saudável e higiênica,
de lavar bem as verduras, legumes e frutas, de evitar contato com pessoas e
animais que estejam doentes (e se precisar, adotar todas as medidas de
assepsias), e quando doente, evitar contato com outras pessoas, e outras
práticas importantes para nossa saúde e a saúde do próximo. Será que realmente preocupamos com nossa própria saúde e com a saúde do
outro?
Essas
são apenas algumas das possíveis reflexões. Várias perguntas ainda ficarão e deverão ser
posteriormente analisadas, com mais calma e maior precisão. Tentar
analisar agora, em meio a tudo que vem acontecendo, podem não nos trazer
respostas fidedignas. No entanto, é válido, começarmos a levantar questões,
para uma futura meditação: Por
que foi necessário o decreto da quarentena e do isolamento social? Quem precisa fazer quarentena, conseguiria
ficar em casa sem um decreto? O que
podemos e o que não podemos controlar? O que devemos proteger primeiro? Quais
são as nossas virtudes? Como cada um de nós pode cuidar de si, da família, da sociedade,
do meio ambiente e evitar o caos em todos os setores? O que deve estar bem na
esfera individual para o coletivo ficar bem? Ou o contrário, o que precisa
estar bem no coletivo para a esfera individual ficar bem? Qual o papel do
estado e do(a) cidadão(a) em momentos como ao qual estamos passando? Estamos todos no “cantinho do pensamento”? Qual o
melhor caminho a seguir? E a
principal, ao nosso ver: O que estamos aprendendo com essa pandemia?
O Covid-19 (novo coronavírus) veio para nos relembrar
que não vivemos sozinhos e que o mundo não gira em torno de nós. Vivemos em
sociedade e precisamos aprender o que significa o convívio social. Esse é
momento de realizarmos reformas íntimas, meditar sobre o que cada um
de nós pode e deve fazer para que possamos ter, desde já, um mundo mais
humanizado, com igualdades, equidades, solidariedade, gentileza, educação,
cooperação, respeito e paz. Essa pandemia pode alimentar o que há de melhor (e
pior) na humanidade para quem está em casa, para quem não pode estar e para
quem não quer estar. No entanto, todos nós temos de impedir a proliferação do
vírus, preservar a vida (todas as vidas), cuidarmos do meio ambiente e lutarmos
pela garantia do emprego e da renda de todas as pessoas.
*Érica Pacheco Mocker é advogada.
*Julianne Caju é jornalista.
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