Em artigo, jornalista e empresária relata “prejuízos” causados pela Rede Cemat


Cansei, vou comprar um gerador!


Por Janã Pinheiro
Nesta terça-feira (16/10) mais uma vez os comerciantes (ou pelo menos parte deles) da Avenida das Palmeiras, no bairro Jardim Imperial, em Cuiabá, ficaram sem energia elétrica. Depois de um temporal, que comprometeu a estrutura de cabeamentos e postes, ficamos às escuras. Para quem pensava que o problema se resolveria logo, se enganou, pois só depois de 8 horas é que o fornecimento foi restabelecido e os comerciantes puderam respirar aliviados e contabilizar os prejuízos.
Para mim que sou dona de uma sorveteria, na referida avenida, a única opção foi fechar as portas e pedir para Deus para a energia voltar, já que os produtos vendidos são extremamente perecíveis. Além da loja não atender absolutamente nenhum cliente, somasse aos prejuízos os produtos que descongelaram e tiveram que ser descartados. Quem paga por isso? A chuva? O vento? “São Pedro”? Não. Quem paga por isso é o proprietário, que não tem a quem recorrer.
Mas é um absurdo eu estar reclamando disso, pois afinal de contas a Rede Cemat não tem culpa, ela não pode impedir vendavais, isso é, como diz o Código Civil, “um caso fortuito ou de força maior”. E por conta disso eu tenho que me conformar? Não concordo até mesmo porque ficar sem energia no bairro já virou rotina, mesmo em plena seca, com um sol de 40 graus, sem um pingo de chuva caindo.
No dia 28 de junho, após fazer um conserto na rede elétrica da Avenida das Palmeiras, um funcionário da Cemat deixou a energia apenas em uma fase. Resultado: depois de absurdas seis horas o problema foi detectado e a fase retornou ao normal. Até que isso ocorresse metade dos produtos da sorveteria já tinha derretido. Mais uma vez prejuízos contabilizados.
Um mês antes outro conserto na rede inverteu as fases da energia elétrica. Na hora da produção o problema apareceu, já que a picoleteira deu um revés no motor e toda a produção foi para o lixo. Quem pagou o prejuízo? O proprietário, é claro, pois a Cemat nunca tem culpa de nada.
Continuando a saga. No dia 1º de setembro a energia faltou novamente em pleno sábado, em horário de maior movimento. Para não perdermos tudo tivemos que outra vez baixar as portas e ir para casa, pedindo a Deus para a energia voltar e tudo não se transformar em leite. Detalhe, não choveu, não houve temporal e a temperatura estava nas alturas. Ou seja, não podem alegar “caso fortuito”.
No último sábado (dia 13/10), por volta das 13 horas, o fornecimento foi interrompido e mais uma vez tivemos que fechar a sorveteria. Será que estou sendo injusta? Em meio a tantos prejuízos, raiva e muito estresse a “querida” conta de energia chega rigorosamente todos os meses. E para comemorar todo esse fornecimento “impecável” da Cemat, esse mês veio com um polpudo reajuste, para minha felicidade geral.
A Cemat pode oferecer um serviço de péssima qualidade, mas eu não posso ficar sem pagar a conta de luz porque se tomar essa atitude serei punida, a energia é cortada, sem dó, nem piedade.
Em meio ao caos de terça-feira ligávamos desesperados para obter informações de quando o fornecimento seria retomado, tudo que se ouvia do outro lado da linha era uma pavorosa gravação: “Neste momento a linha está ocupada, ligue mais tarde”. Que atendimento ótimo, não é mesmo? Pois é, agora quando a Cemat vir na porta da minha loja para cortar a energia não vou deixar entrar e vou colocar uma gravação: “Neste momento estamos ocupados trabalhando, volte mais tarde”.
Isso é um absurdo, uma falta de respeito com o consumidor. A irresponsabilidade não tem nada a ver com “caso fortuito”. Tenho que trabalhar de segunda a segunda, vender muito, mas muito picolé para pagar a conta de energia, que é quitada todos os meses em dia, então o mínimo que se espera é um serviço de qualidade e respeito ao consumidor. Será que isso é pedir demais?
No meio disso tudo recordo-me de quando criança, no interior do Estado, quando a energia elétrica era fornecida por um velho e barulhento gerador, que cheirava a óleo diesel. Era obsoleto, bastante ultrapassado, mas era só estar abastecido que ele trabalhava dia e noite. Pensando nisso, acho que a saída seja comprar um gerador, um bom e velho gerador. A fatura da compra deste bem que agora já considero indispensável acho justo mandar para a Rede Cemat pagar, assim estaremos “quites”. Até lá fica minha indignação e revolta.

Janã Pinheiro é jornalista em Cuiabá e se a Rede Cemat deixar será uma pequena empresária.

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