Rede Globo e Mangueira “falham” na transmissão de dados sobre Cuiabá


Falta de informação sobre alguns elementos culturais de Cuiabá pelos jornalistas e  apresentadores da Rede Globo de Televisão que transmitiram  o desfile da Estação Primeira  de Mangueira,  ocorrido na noite desta segunda (11) na Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro, além da pesquisa distorcida  pela Escola de Samba contratada pela Prefeitura de Cuiabá, que investiu R$ 3,6 milhões e homenageou  a Cidade Verde,  provocaram manifestações contrárias do povo cuiabano e dos formadores de opinião nas redes sociais. Manifestações que "culpam" o acordo feito pelo ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB) em 2011, com a escola de samba carioca, que recentemente "desrespeitou" cláusulas do contrato, e não enviou convites antecipados às autoridades da  Capital de Mato-Grosso.

Sobre o desfile  da Mangueira, que este ano trouxe o samba-enredo “Um Paraíso no Centro da América” na avenida, o  Blog O Pentelho  coletou  alguns  dos posts mais comentados   no Facebook  sobre  as principais “falhas”  transmitida  pela  Rede Globo e   do material carnavalesco  apresentado  pela escola,  que divulgaram o retrato de Cuiabá ao mundo.


Vamos ao placar:
Ponto pra Mangueira:
- Desfile belo plasticamente
- Duas baterias
- A saia de chita na Comissão de frente
- A fé em São Benedito
- A arte nas cerâmicas
- Cuiabá, Cuiabá, Cuiabá sendo dita repetidas vezes
- Bolo de arroz
- João Sebastião nas camisetas
- Os tuiuiús e os cajus
Os erros:

- Floresta, em vez de cerrado
- A arte mal representada
- Quase nada de nossa cultura
- Cadê as personalidades? Maria Taquara, Jejé...
- E a culinária? Cadê a Marizabel, a farofa de banana?
- Vitória-régia em Cuiabá
- Nada do sotaque ou dos ritmos regionais no samba-enredo
- Noiva-cadáver! (Esse foi o pior)
- Bumba meu boi? 
- Cadê o calor cuiabano! (faltou meeeesmo!)
- Os seis minutos de atraso... =x
E PRINCIPALMENTE: 
- Uma pesquisa fraca e cuiabanos decepcionados
---- Sobre o Minhocão, não consegui avaliar se foi ponto ou erro! rsrs
É! Um desfile belo, mas não senti minha amada cidade homenageada... #chateada. Não tem como não pensar nos milhões investidos. Será q as repetidas vezes que se falou ‘Cuiabá’ vão nos trazer retorno no turismo?
Do outro lado, fico feliz pelos meus amigos que foram sentir essa energia e alegria na Sapucaí. #nãotempreço :D” 
Priscila Mendes, jornalista cuiabana. 

"Sou cuiabano e amo minha cidade. E apesar de não ser um folião, tenho simpatia pela Mangueira. Me emocionei ao ver o desfile. 
Foi bonito, curti a novidade das duas baterias e ver a arte de João Sebastião ali. 

Mas…

Houveram muitos "mas".

Esqueçam a beleza, a magia e a embriaguez da festa. 
Foi um negócio. Uma compra.

Nada contra o apoio a manifestações culturais, muito pelo contrário. Sou defensor do patrocínio, do apoio a cultura - que funcione. E aí é que está o problema.

O ex-prefeito queria uma vitrine. A Mangueira enfrentava dificuldades financeiras, com salários atrasados e uma situação interna conturbada, com um processo eleitoral anulado pela Justiça.

Foram 3,6 milhões investidos na compra de um espaço na mídia televisiva nacional.

Cada minuto custou R$ 40.900,00. Valeu a pena pra Cuiabá? É preciso fazer conta.

Uma inserção na Globo nacional pode custar bem mais do que isso, dependendo do horário. Mas quanta gente está vendo? Salve Jorge, a pior novela das oito que eu já vi teve pico de audiência de 37 pontos.

O carnaval da emissora, que vem perdendo audiência a cada ano registrou 8,7 pontos, quatro vezes menos. É menos do que Malhação ou Vale a Pena Ver de Novo. Ou seja, uma audiência que não é lá essas coisas. 

Se estamos falando da contratação de um serviço (no caso, do talento e criatividade dos mangueirenses), seria preciso que os contratados seguissem o briefing - ou pelo menos o lessem. Não foi o que aconteceu, com um samba enredo coringa, que poderia servir para várias outras cidades. Não vi o mínimo compromisso com a história e a cultura da minha cidade.
No facebook, a timeline gritou a revolta cuiabana contra noivas-cadáveres e outros equívocos. Até acharam um Jequitibá mato-grossense, mas como filho de historiador, me recuso a aceitar que isso seja representação da cuiabania.
Realmente foi uma grande oportunidade. Uma enorme vitrine. Estivemos anunciando Cuiabá, mas do jeito errado. Aquele produto não existe. Faltou pequi, viola de cocho, nosso calor e uma "ufa" de coisa.
No marketing existe um termo para isso: dissonância cognitiva. É quando o consumidor percebe que o que desejou é diferente da realidade. É o que estamos sentindo agora, pois não nos reconhecemos ali. E é o que qualquer turista estimulado pelo desfile vai sentir ao chegar a Cuiabá, pois o que ele viu não existe. Acho que foi um ótimo negócio para Ivo Meirelles e a sua Mangueira - que pra completar, ainda conseguiu estourar o tempo, comprometendo as chances de um título. Para Cuiabá, um negócio duvidoso. Uma boa idéia, com boa intenção, mas que se perdeu quando o cliente ficou menor do que o fornecedor." Bruno Bini, cineasta cuiabano


“Brincadeiras a parte: desfile bonito da Mangueira, apesar das gafes sobre a história de Cuiabá!”  Rafael Costa, jornalista que atua em Cuiabá

A Mangueira, por si só e por toda sua história, é uma causadora de emoções que encanta independente de enredo ou samba. Tem o seu mérito e a minha torcida em qualquer ocasião. Pois, atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu. Neste desfile o destaque foi para a magnífica bateria, ousada e singular, colocou o enredo em segundo plano. Mas, o que fica para nós Cuiabanos que amamos a nossa terra, é a frustação da não identificação. Infelizmente a Cuiabá que conhecemos, sua história, cultura, mitos e lendas não desfilou na Sapucaí. Erro de assessoria, falta de pesquisa, absurdos históricos e geográficos. E, ainda, a indignação pelos milhões que poderiam ter melhor investimento. E pra quem conhece os bastidores da política sabe os meandros desse tal "investimento" pela divulgação de Cuiabá. É claro, que Cuiabá merece tamanha homenagem e muito mais, porém, dentro da sua realidade histórica e financeira. E a realidade cuiabana, social e política, merece cuidados extremos que nossos gestores e prefeito abandonaram. Aqui não é a torcida do contra, é a torcida de protesto de quem se recusa a usar a máscara de palhaço até no carnaval. A emoção existe, sim. Mas, o racionalidade e a cidadania devem prevalecer para que a reflexão e o senso crítico não se tornem alegoria de carnaval”.
Marlei Rosa, publicitária cuiabana

Fotos: G1 e Facebook 

Por Everaldo Galdino

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